Era tão sensÃvel, divertida, carinhosa. A sensibilidade, conheci antes dela própria, pela sua fotografia. O lado divertido e carinhoso veio depois, convivendo numa amizade quase sempre em torno do Copan, onde ela morava.
Uma xÃcara no café Floresta, umas e outras no Dona Onça, parando para ver sua exposição no Museu da Diversidade dentro da estação República.
Vânia Toledo era como uma Rainha Mãe da República, de cetro e tudo, animando a corte com Julinho, JanaÃna, Walério, EloÃna, Marcinha.
Um dia me telefonou e disse que tinha um olho mágico. Eu ensaiava candidatura a vereador ou deputado, não me lembro, e ela cravou: se eu fizer sua foto do santinho, você estará eleito, nunca falhei. Demos boas risadas e quem acabou falhando fui eu, que não fui fazer a foto. Talvez tenha me livrado, mas é uma pena não ter um retrato feito pela Vania.
Vania nos deixou hoje. Ela, que viveu de luz, agora é luz eterna. A vida é breve, a arte é longa, como disse o Horácio Flávio e o Tom Jobim cantou em Querida.
Vania querida, descanse em paz. Vou passar o resto do dia ouvindo o Tom em sua homenagem e navegando pelas suas obras e lembranças dos tantos amigos.