Filme mais comentado do momento, O dilema das redes, documentário em cartaz no Netflix, reúne depoimentos de diversos ex-executivos das grandes empresas que trabalham as chamadas redes sociais. No original, em inglês, o título é melhor: The Social Dilemma, ou O Dilema Social, porque é antes da sociedade do que da tecnologia das redes que


O vírus do presente e o presente do vírus
Por favor, releve o jogo de palavras. Não resisti. O vírus do presente, causador da Covid-19, é a novidade em si. E o presente que ele traz é esparramar luz sobre as trevas do nosso passado histórico. Mascarados, nos vemos obrigados ao espelho, espelho de camarim, com todas lâmpadas e lentes de aumento, escancarando o


Rir é medida de sobrevivência
Amanheci conservador nesta sexta-feira. Os sintomas começaram ontem, quando o sol apareceu para lembrar que é março, ou verão. E hoje um saudosismo tremendo da época da pureza e da ingenuidade. Como era bom quando a gente duvidava dos filmes de cowboy. A munição da turma parecia eterna e ao cabo da fita a gente


Jóias Brutas
Um amigo purista defendia o cinema raiz, e raiz, para ele, é cinema de rua, fita no rolo, atenção à fotografia, luz enfim. E sem pipoca. Estava o meu amigo de bode com cinema em shopping com serviço de garçom, cheiro de trufa-diesel no ar, poltrona-leito etc. Aliás, ele dizia que há algumas que sacodem


Orgulho vira-latas
A imagem de um vira-latas mijando na foto de um candidato a cargo público, impressa num cavalete, como se a boca do distinto um mictório fosse, virou meme, viralizou e não poupou quase ninguém. É claro que o vira-latas, notado pela cordialidade, teria evitado o drama se soubesse o que fazia, porque que ninguém merece ser


Orgulho vira-latas
A imagem de um vira-latas mijando na foto de um candidato a cargo público, impressa num cavalete, como se a boca do distinto um mictório fosse, virou meme, viralizou e não poupou quase ninguém. É claro que ninguém merece ser tratado assim. Que diga o maior dos absurdos, não merece. Por exemplo, se um jornalista


Soube que você pinta casas
Corta. Corta. Corta de novo. Corta mais. Edita. Não tem jeito. Ou outro jeito. Tem que cortar. Sem cortar, muito provavelmente Martin Scorcese não teria entregue Taxidriver, Os bons Companheiros, Casino e outras tantas fitas. Fico imaginando a dor de condenar à gaveta bordões, diálogos, cenas, sequências inteiras. Cortes, podas, lapidações que transformam filmes em


Bolívia e a maldição dos confetes
Tem gente boa divergindo sobre o que houve na Bolívia. Foi golpe? Não foi? Meu palpite: contragolpe. Evo Morales desrespeitou um referendo para disputar um quarto mandato e fraudou a eleição. A rua estourou com milícias se conflagrando, atacando inclusive casas de família. As forças armadas “sugeriram” que ele se retirasse, o ex-presidente renunciou e


Alan Turing e o Zepelim
Um dia surgiu, brilhante Entre as nuvens, flutuante Um enorme zepelim Pairou sobre os edifícios Abriu dois mil orifícios Com dois mil canhões assim A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geléia Mas… Inventado na Alemanha pelo conde Ferdinand Von Zepelim, o dirigível homônimo estreou com voos comerciais e, chegada a Guerra Mundial,


Imparcialidade em vertigem
Ao contrário da realidade em outros países, notadamente na Europa e nos Estados Unidos, no Brasil os órgãos e mesmo os profissionais de imprensa optam por não manifestar lado em questões políticas. O fenômeno, que curiosamente ganhou mais força desde a redemocratização, com raras e pontuais exceções como o Estadão declarando voto em José Serra
